20 de abril de 2009

Em busca do príncipe encantado


Falando com minha sogra, ela comentou que na Revista de Domingo, do jornal "O Globo", havia uma matéria sobre o tema: "Mulheres de São Paulo se revertem os Islamismo e mergulham na busca por um príncipe das arábias".

Achei parte da matéria na internet. Pensei muito antes de escrever esse post, pois religião não se discute, não é mesmo? Então resolvi que não iria emitir opinião sobre o tema, apenas falar sobre ele.

Uma das coisas que eu gostaria de ressaltar é que antes de decidir vir para qualquer país árabe casar com o tal "príncipe", as pessoas devem analisar profundamente as diferenças culturais para não terem surpresas desagradáveis (como aconteceu com uma das moças entrevistadas). Em alguns lugares, os padrões sócio-culturais são tão diferentes dos nossos que é improvável que a relação sobreviva. Vou dar alguns exemplos baseados no que tenho lido por aí.

Na Arábia Saudita, que é bem radical, mulher não dirige, não vota, não tem contato com nenhum homem além do marido. Uma das opções de lazer é ir aos shoppings fazer compras - mas somente em horários específicos, nos quais somente mulheres podem entrar. Outro dia li que uma senhora convidou seu sobrinho e um amigo, adolescentes, para tomar um chá. Foi presa e condenada a 40 chibatas.

Não quero analisar se isso é certo ou errado. Apenas dizer que é MUITO diferente do que estamos acostumados. Li em uma reportagem o seguinte:

"Elas têm que usar o abaya , o manto negro, quando saem de casa. Não podem dirigir carros nem freqüentar as mesmas academias que os homens. Nos restaurantes, mesmo nos ocidentais como McDonald's, são obrigadas a entrar e sair por portas específicas. As regras chegam ao cúmulo de impedir que uma universitária fique lado a lado com o seu mestre — a estudante só vê o professor através de vídeos ou de um espelho de duas faces."

Ainda segundo a matéria, até para consultar o médico as mulheres precisam de autorização do marido.

Aqui em Dubai, apesar de ser mais liberal, também temos alguns "protocolos". No meu visto de residente consta que meu marido é meu sponsor e que não posso trabalhar (na prática eu posso, mas somente com autorizaçao dele). Posso dirigir aqui, mas para entrar na autoescola preciso de uma carta de não objeção do meu marido. Que eu me lembre, só isso. Vejo isso como uma parte burocrática apenas, não me incomoda.

Por fim, eu sei que no Brasil (e no mundo, talvez) homens interessantes e interessados estão em extinção. Porém, acho que antes de tomar uma decisão tão importante como viver com uma pessoa com costumes tão diferentes em um outro país, é preciso refletir. O casamento com uma pessoa com a mesma cultura que a sua já é complicado. Agora imagine ter que dividir seu marido com outras 3 mulheres?

Abraços, Ju.

6 comentários:

Renata Nogueira disse...

Acho que é possível,sim, mas muito difícil o amor resistir às diferenças culturais. No início tudo são flores!
Beijão

Anônimo disse...

oiii eu de novo... bom, eu li a reportagem e como já disse, as entrevistadas foram muito ingênuas e falaram muita bobagem, pois pegou mto mal para elas e devem estar até com vergonha depois de mostrar ainda foto com biquini para reporter!!!! Tem cada uma que me surpreende... isso cria um estigma que toda mulher convertida faz isso só por conta do príncipe das árabias, o que é algo ridículo, pois religião tem de ser da pessoa para Deus, certo? Como vc vai mentir para si mesma? Tem louca que consegue, mas eu não entendo, realmente.

Eu sou convertida ao islamismo, morei no Egito que é um país, digamos assim, mais liberalzinho, e sempre fiz tudo normal lá, trabelhei, saia de casa sozinha, fazia minhas compras. Agora no Egito não é comum mesmo alguém mais de uma esposa, até entre eles é coisa meio de gente mais pobre, entre a classe média letrada pega mal ter mais de uma esposa, não é assim uma festa!! Eu não conheci nenhum egipcio lá casado com mais de uma esposa, por exemplo, nem meu marido jamais teria outra, realmente não faz parte da cultura deles. Agora tem uns safados que casam escondido, claro, assim como no Brasil tem homem com duas famílias, gente malvada tem em todo lugar.

Bom, quem quiser saber mais sobre casamento com um muçulmano pode ver meu blog http://egitoebrasil.wordpress.com

Beijo!

Dona do Blog disse...

Oie!!!! Que ótimo, estou adorando seus comentários!

Realmente, essa reportagem foi MUITO ESTRANHA!!!! Sem o menor sentido!

É bom ouvir de quem vive a situação, para termos uma idéia mais exata!!! Fora isso, tudo é muita especulação.

Poxa, ainda bem que não é costume ter mais de uma esposa, né? Para nós que não estamos acostumados, deve ser meio diferente..rs.
Super beijo, Ju.

Anônimo disse...

Ufa! Vou ver se consigo enviar um comentário agora :)
Eu "conheci" meu noivo pela internet e em maio estou embarcando para o Egito para casarmos. Também fiquei meio chocada com essas leis da Arábia Saudita. Eu acredito que se converter por se converter é errado. Deus é um só. E, independente da fé que se siga. O Islã, na minha opinião, não é somente religião, mas sim, um estilo de vida.
bjkass

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

JU, quando fomos ao Egito em 2007 de férias vimos lá que nenhuma mulher árabe trabalhava, somente os homens. Tinham 4 homens para arrumar o nosso quarto, rs, imagina, que somente uma mulher daria conta de um quartinho de hotel. Soube lá conevrsando por um deles que somente nas grande cidades as mulheres trabalham. Quando fomos à Luxor, que é considerada uma cidade grande nao vimos nehuma mulher e as que vimos na rua só podiam sair com véu e acompanhadas nunca sozinha.

Eu nao poderia viver com tamanha diferenca cultural. Já acho a Alemanha demais em suas exigências e eu sou uma mulher de personalidade muito forte. Com certeza eu nao iria sair do quarto das chibatadas, ahahahahaah!!!

Bjus

Dona do Blog disse...

Pois é, gente!! Os hábitos são muito diferentes dos nossos! Tem que avaliar direitinho antes de fazer esta opção!

Jugiroldi, v. se converteu? Acredito que sim... conta para gente!!! :)

Ih, estamos em maio! Pertinho do seu casamento já!

Bjs, Ju